Acho que
não poderia deixar de falar sobre o 3º album do Alphabeat: Express
Non-Stop. Isso porque o álbum se mostra completamente atemporal, e vem
nos mostrar quem de fato é a banda e para que vieram. Para isso, alguns
fatos são necessários, se acaso você não for um super fã da Banda.
A banda
debutou na Dinamarca em 2007, com o album homônimo "Alphabeat" pela
Copenhagen Records. O sucesso foi tão imediato, que logo atingiram o
Reino Unido, e em 2008 foi lançado o primeiro album no UK pela EMI -
"This is Alphabeat", com um versão também lançada no Japão no mesmo ano.
Em 2009, pela CR e Polydor houve o lançamento de "The Spell" na
Dinamarca, relançado em 2010 no Reino Unido como "The Beat Is...". Até
que em 2012, temos o Express Non-Stop com lançamento pela Copenhagen
Records na Dinamarca.
Além
desse resumo dos lançamentos, é importante lembrar que o Alphabeat já
abriu as Turnês da Katy Perry (2008) e da Lady GaGa (2010), e declinou
do convite para abrir a turnê das Spice Girls (2008), quando então
estavam concentrados no lançamento no Reino Unido.
Entre o
lançamento do 1º CD e do 3º CD a banda experienciou a moradia em
Londres, concentrados nos lançamentos no UK e pelo contratos com a
gravadora, quando então gravaram o 2º álbum. Isso foi refletido
diretamente no trabalho da banda, sendo que o "This is Alphabeat" é bem
diferente de "The Beat Is...", muito embora ambos tenham influências
oitentistas. Houve uma certa pressão de fazer música pop com influência
eletrônico, na busca de tentar atingirem as massas. Foi positivo, e
muitas pessoas conheceram a banda a partir desse momento. De qualquer
forma, agora, a banda retorna a Dinamarca, e as rédias do seu trabalho,
colocando em fóco aquilo que melhor sabem fazer e querem fazer, uma
música pop de excelente qualidade.
Feito as preliminares disso que de fato é um relacionamento com o que há de melhor na música, vamos falar de Express Non-Stop:
Express
Non-Stop é marcado pelo retorno da banda à Dinamarca, e consequentemente
ao som de origem da banda. Escrito e produzido pela própria banda, o CD
é praticamente a maior confidência do Alphabeat com seus fans,
revelando seus propósitos, suas influências, seus objetivos e mostrando
que a banda é banda e trabalham juntos. A influência permanece. É como
assitir um filme dos anos 80/90, recheado de músicas do "Culture Club" ,
"The Smits", "The Cure", clássicos da Madonna, como 'Material Girl" ou
ainda "Legal Tender" de "The B-52's". O que temos então é a nova "New
Sensation", que um dia foi do "INXS", ou ainda "Whake Me Up Before You
Go go" do Whan ou a reivenção de MC "Hamer" com "U Can't Touch This". Um
pouco só e você saberá do que estou falando:
1- The Beat Don't Stop
....
"...And the beat don't stop 'till the heat goes up..."
Essa
música é um recado para saber o que você estará ouvindo nos próximos 37
minutos, ou seja, é melhor se animar porque esse é o foco do CD. Ela
começa com foco no Troels na bateria, aquela batida bem típica dos anos
80. É uma das músicas preferidas. É animada e traz novamente o foco do
vocal duplo entre Stine e Anders SG, que é um dos grandes destaques da
banda e despontou como atrativo em 2007. A música é animada,
completamente anos 80/90, e quando ouvida atentamente é fácil perceber
elementos de progessão característicos em "The Beat Is...". Os vocais
estão redontos é trazem a animação de "Fascination", com gritos,
explosões e um excelente trabalho do Rasmus no Teclado, que acaba
valorizando muito a melodia da música.
2- Love Sea
"...One two three, you're in love with me..."
O Segundo single da banda desponta fácil como uma clássica balada no melhor estilo "Alphabeat". Os vocais combinados de Stine e Anders SG, acompanhados de Rasmus no teclado revelam que é uma balada que vem para marcar a trajetória da banda. A letra é massivamente fácil e pegajosa, tanto que uma vez que você ouve já estará cantando "come on closer, come closer to me". Enquanto houve você percebe a excelente produção, a melodia preenchida por violão, guitarra, teclado e o som do Anders R no baixo que está perfeito, sem contar os vocais e assovios que finalizam deliciosamente a música, e que você estará assoviando a qualquer momento do seu dia.
3 - Since I Met You.
"...Do you really want to?
I can’t sleep since I met you..."
I can’t sleep since I met you..."
De
repente você está nos anos 70, quase 80. Tão animada quando o resto do
album e aquilo que o Alphabeat está acostumado a fazer, temos o Anders
SG no pandeiro, batendo frenéticamente, e Stine está de volta em seus
solos nas músicas da banda. O que gosto muito nessa música são os
vocais, muito bem trabalhados. Não é a melhor música do álbum, nem minha
preferida, mas é aquela música que serve para tirar todo mundo do chão
no meio da festa de formatura perdidos nos anos 70. Em um determinado
momento da música ela evolui, parecendo tão atual, com aquela progressão
que me leva para algum momento do "The Beat Is...", talvez em "The Ring
Thing", com destaque para o Anders B na guitarra, para então finalizar
como os clássicos.
4 - Younger Than Yesterday
"...I’m younger than yesterday when I’m with you..."
Tanto
quanto a anterior, os vocais são excepcionalmente trabalhados, no
entanto, essa música traz um pouco de melancolia ao CD, e confesso que é
uma das que menos gosto, mas nem por isso ela deixa de ser
-meio-animada. Dou destaque para o Anders R no baixo nessa música, do
começo ao fim muito bem trabalhado - esse tum tum tum que você escuta no fundo
- e um ponto positivo é o equilíbrio que temos entre os vocais de Stine
e Anders SG, que deixa a música gostosinha de ouvir e menos cansativa,
haja vista que não gosto do tom alto na música, principalmente quando a
Stine começa a cantar e sua voz fica muito aguda.
5 - Mad About You
"...I’m mad, mad, m-m-mad,
I’m mad about you..."
I’m mad about you..."
Sabe
aquele dia que você acordo a 200 km/h? Então, agora você tem uma música
para esse dia. Ela é completamente frenética, animada, gostosa de ouvir e
que certamente serve para os dias em que você acorda não se cabendo de
tanta alegria. A fórmula novamente funciona, e Stine e Anders SG estão
de volta, acompanhados de violão no começo que depois explode nas mãos
do Troels na bateria, numa vibe um pouco "Fascination" e completamente
"Culture Club" em "Karma Karma Camelion". Funciona tão bem que é minha
preferida no CD, logo que ouvi no Album Teaser. É como uma brincadeira
sobre amor e suas loucuras, a ponto de ter um trava lingua no final da
música e um refrão massivamente fácil e grudento. Em determinado momento
tem um "q" de Mika, mas deve ser por conta do teclado de Rasmus, mas
isso não a desfavorece, pelo contrário, só amplia ainda mais a qualidade
da música, que sim, é a mais atemporal do CD. Ao mesmo tempo que é
completamente oitentista é atual.
6 - Express Non-Stop.
"...I’m coming, baby, coming, baby, coming, baby.
‘cause I’ve been dreaming of you..."
‘cause I’ve been dreaming of you..."
Michel é
você? Bom, acho que isso já diz tudo néh. A música começa com o Anders B
na guitarra brincando com o Anders R no baixo e os vocais combinados de
Anders SG e Stine acompanhados de todos os outros reforçam ainda mais a
característica "banda", o que faz dessa música uma delícia, uma típica
música dos anos 80. No começo não acreditava no potencial, mas depois
que vi que o refrão não saía da minha cabeça, fui ouvir novamente. O
baixo é a melhor parte da música, me faz lembrar um pouco de "U Can't
Touch" e ter a sensação de que a qualquer momento vou ouvir "Ghostbusters"
na música (risos.). Se tornou a melhor brincadeira do CD, que dá
vontade de fazer uns passinhos, uma coreografia no meio da balada.
7 - Vacation.
"...Vacation, oh oh
I wanna go, I wanna go go go..."
I wanna go, I wanna go go go..."
Como o
próprio Alphabeat comentou numa entrevista para uma revista
Dinamarquesa, essa é a única música que foge um pouco da temática
relacionada com amor, mas os fãs sabem que é uma música escrita a um bom
tempo, inclusive executada em alguns show pela turnê dinamarquesa. Isso
não tira o mérito da música, mas exalta a proposta do Alphabeat. A
princípio quando lançada não agradou muito a todos, comparada inclusive
com "Fascination", talvez pela vozes no fundo ou por ser tão animada
quanto, não agradando a maioria. Talvez tenha sido pelo primeiro impacto
pós "The Beat Is...". Mas com o tempo ela se tornou mais aceita, se
tornando uma música inesquecível, seja pela temática, ou pelo seu refrão
grudendo. O clipe reforçou bastante a proposta da produção independente
do Alphabeat, tanto que foi produzido pelo Anders R (baixista). A
música é uma delícia, e tudo está redondinho. Destaque para o solo da
Stine, mas combinado com o Anders SG no refrão, salientando a parceria
que funciona.
8 - Brand New Day
"...It’s a brand new day and I’m feeling oh, so good..."
Com um
começo já explosivo na vibe oitentista, com a deliciosa voz da Stine,
essa música desponta fácil como uma das favoritas do álbum, e ainda que
sendo a faixa número 8 ela é tão empolgante quanto a primeira do CD, o
que garante ritmo ao Express Non-Stop. Deliciosamente ela se desenvolve,
seja pelos vocais do Anders SG ou ainda pelos elementos trazidos na
sonoridade que a simplesmente transportam-a para um universo atemporal. É
a mesma sensação de estar vendo um filme dos anos 80, um musical
talvez, com todas aquelas referências já citadas.
9 - Show Me What Love Is
"...Take my hand and lead me,
Let’s do what lovers do.
Make me see what you see,
It’s all I ask from you..."
Let’s do what lovers do.
Make me see what you see,
It’s all I ask from you..."
Talvez
essa seja a faixa mais anos 90 que há no CD, aquela sensação de que ela
está numa playlist onde há um pouco de Michel Jackson, Madonna, Whitney
Houston. O vocal da Stine, acompanhado do Anders B na guitarra, dá
potência para ser um Hit, pois ficou extremamente harmonioso. Os
elementos da música remetem a uma viagem pelo tempo, como se fizessemos
parte daquele início da era disco e dos anos 90, com um pé ainda na
deliciosa época dos anos 80. A letra, como em todo álbum, novamente fala
de amor/relacionamento, e isso dá um charme todo especial para a
música, aquela faixa que você não se cansa de ouvir. A música evoluiu, o
vocal do Anders SG desponta e novamente vemos Alphabeat no duplo vocal,
as vozes, as batidas, o ritmo final faz com que o que era bom fique
ainda melhor com aquela sensação de querer ouvir novamente o sólo da
guitarra, o que ficou muito característico na música, mas terminamos em
melhor estilo com Stine no sólo e Rasmus no teclado, na vibe dos anos
90.
10 - Love On The Line
He’s calling his love to me,
Love to me, hello, baby.
Love to me, I don’t feel down,
Because he’s calling now, calling now.
Love to me, hello, baby.
Love to me, I don’t feel down,
Because he’s calling now, calling now.
Essa é a
obra prima do Express Non-Stop, uma baladinha romântica completamente
no estilo do Alphabeat. Tem sido muito comentada por quem tem ouvido. É o
momento em que a Stine vem para fechar com chave de ouro o CD. Com um
ar de pureza a interpretação fica perfeita, a ponto de você imaginá-la
como uma garota ingênua dos anos 90 esperando uma ligação do seu
primeiro namorado. O trabalho dos vocais de fundo são perfeitos e
afinadíssimos. Ao mesmo tempo que ela é totalmente romântica suas
batidas são plenamentes compatíveis com a proposta do Non-Stop,
e é um "smash" single, impecável. Quando você pensa que ela vai acabar,
a deliciosa melodia é retomada após o "vocals moments", e então você
consegue curtir um pouco mais da música, inclusive ouvir o telefone da
Stine tocando no final, e você imaginando ela atendendo...
Conclusão.
Você vai ouvir os 37 minutos e começar a ouvi-lo novamente, e assim sucessivamente! De qualque forma, se você é fã desde do primeiro álbum, certamente terá amado Express Non-Stop. Se você vem do "The Beat Is..." talvez fique um pouco insatisfeito, mas ouça novamente, com um som alto e bom, você vai ver que o Alphabeat que tanto você gosta está lá.
Toda a expectativa para o álbum acabou, e o CD tem sido altamente aceito pelos fãs. Hoje está em 3º lugar no iTunes da Dinamarca, e fãs de todos os lugares tem se manifestado no twitter sua satisfação com o trabalho da banda.
Express Non-Stop é um CD completamente atemporal, vindo de encontro com tudo o que tem sido produzido atualmente, principalmente com o The-fail-alphabeat de David Guetta e Cia. Letras consistentes, puras, sem qualquer apelo constroem o CD e fazem um CD para você ouvir todos os dias, e que também será usa salvação dos dias da Selva, pois certamente lhe animará, lhe deixará feliz. É uma obra prima tanto quanto o primeiro CD. Entra naquela categoria de CDs para serem ouvidos a qualquer momento, como "Spice - Spice Girls", "Life In Cartoon Motion - Mika", "We Started Nothing - The Ting Tings", "Pop Up - Yelle". Alphabeat mostrou coragem sendo fiel ao seu estilo e não se rendeu, o que demonstra a forma e determinação da banda. Antes fazer o que se sabe fazer bem feito, do que se perder em aventuras que se perdem no tempo.
Parabéns para a banda pelo excelente trabalho.
(resenha feita em 25/09/2012)
(Atualização da Capa do Single de "Show Me What Love Is" e do respectivo video.)








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